No diversificado olhar que
dispenso aos muitos que produzem imagem fotográfica estenopeica encontro
trabalho que me entusiasma e delicia. Quase sempre pelo discurso da Luz e que
encontro nessses trabalhos, outras vezes pela expressividade do percurso temporal
e quase nunca pela maior ou menor dimensão da câmara empregue.
O exotismo de alguns
“recipientes” em câmara transformados não me estimulam. O gigantismo ou
pequenez do objecto utilizado quando não produtores de uma obra estéticamente
interessante pouco mais farão que engrossar a lista de algo que não busco. Não
que despreze o trabalho de outros entusiastas, muitos dos trabalhos são de
forte criatividade, mas se não é por alguém fotografar com uma qualquer
excentricidade da tecnologia ou preço ou dimensão que a obra será de valor
estético reconhecido, também não será por uma Fotografia Estenopeica ser
realizada num hangar ou dentro da boca que valorizarei o resultado final.
Os fotógrafos que por esse mundo
fora se dedicam à prática da Fotografia Estenopeica são cada vez em maior
número, a sua qualidade estética destaca-se dos biliões de fotografia sque a
rede propões e é significativo que muitos tendo iniciado o seu percurso na
fotografia digital se tenham entusiasmado e aderido a um processo de grande simplicidade
tecnológica e a que o assimilar de conhecimentos estéticos mais vastos é razão
de uma mais qualificada produção.
O número de praticantes estimula
fabricantes de câmaras e emulsões o que torna o nicho de praticantes de
Fotografia Estenopeica num interessante mercado para os processos de fotografia
alternativa. Hoje, é neste nicho que se encontram conhecedores mais
esclarecidos e mais exigentes e encontrando entre eles muitos jovens
praticantes de reconhecida qualidade.
Por cá não é numeroso o grupo de
praticantes e o número de entradas no “Worldwide Pinhole Photography Day” em
2011 foi menos de metade do ano
anterior. Vive-se de entusiasmos momentâneos muitas vezes pelo trabalho de
motivação de alguns mais entusiastas a que muitas vezes não é dado valor. Os
praticantes momentâneos dominam mal o discurso fotográfico e isso reflecte-se
no trabalho produzido, o que os desmotiva e leva a abandonar a prática da
Fotografia Estenopeica. E, convenhamos o nosso espírito um pouco vaidoso não se
exprime a mostrar uma câmara fotográfica tão digamos ... paupérrima. Somos
desta massa feita, e aí a expressão “a minha é maior que a tua” não faz alarde
da imponência que alguns buscam na ostentação de algumas câmaras, pois, não é
uma Leica.
A divulgação, a formação, a
prática deste processo fotográfico, considerado alternativo por muitos é
imperiosa tornando assim possível o aumento do número de praticantes regulares.
E consistentemente a evolução qualitativa dos mesmos.
Os autores portugueses mais
coerentes na sua produção reflectem no entusiamo da sua prática e na qualidade
do seu trabalho bastante qualidade, torna-se imperioso alguma forma de
organização que proporcione maior visibilidade ao que produzem. Continuarei a
tentar para que se realize um encontro nacional de produtores de Fotografia Estenopeica. Continuarei a trabalhar para que
mais se juntem neste grupo de prática fotográfica. E, nesse trabalho incluo as
diferentes acções formativas que desenvolvo, e que por vezes me entusiasmam
tanto quanto a realização do diverso material fotográfico que produzo.
Por isso e para que se reforce a
prática da Fotografia Estenopeica aqui deixo alguma informação sobre eventuais
acções que poderei desenvolver, apareça que as queira dinamizar. Estas acções
podem ser desenvolvidas em Escolas, Juntas de Freguesia, Grupos de Actividades
Culturais, Sindicatos, grupos organizados, etc.
1ª Proposta
Dirigido a todos os interessados
na divulgação dos vários aspectos da Fotografia Estenopeica uma Oficina de
Formação de Dinamizadores. Quatro fins-de-semana de formação intensiva com um
programa vasto e motivador.
Sessão 1
I –
1. Apresentação do Módulo de Formação
2. Pequena Resenha Histórica
3. Bases da Formação da Imagem
4. Introdução à Prática da Fotografia Estenopeica
5. O “Porquê?” da Fotografia Estenopeica
6. O Desenvolvimento Actual da Fotografia Estenopeica
7. A Fotografia Estenopeica em Portugal
8. Artistas da Fotografia Estenopeica
9. A Importância da Fotografia Estenopeica no Contexto
Sócio-cultural/Sócioeconómico
II –
1. Estrutura de Um Projecto para Jovens
2. Como Motivar a Prática da Fotografia Estenopeica
3. Fotografia Estenopeica – Uma Oficina Segura
4. Os Três Bês da Fotografia Estenopeica – Bom – Bonito – Barato
5. Adaptar o Simples à Prática da Fotografia Estenopeica
III –
1. Lata de Biscoitos, Lata de Tinta uma Fácil Opção
Sessão 2
I –
1. A Importância da Rede na Divulgação da Fotografia
Estenopeica
2. Fotografia Estenopeica – Que Discussão – Que Motivação
(“Provocação Dirigida aos
Intervenientes)
3. Alguns Aspectos Estéticos da Fotografia Estenopeica
4. Diferentes Opções da Representação em Fotografia
Estenopeica
5. Como Aprofundar a Motivação Discursiva na Fotografia
Estenopeica
6. Fotografia Estenopeica Processo Alternativo para
Fotografia de Autor
II –
1. Câmara Fotográfica de Película? Adapte-a à Fotografia
Estenopeica
2. Adaptação de Algumas Câmaras Para Mais Rápida Motivação
de Futuros Praticantes
3. Construção Avançada de Uma Câmara Estenopeica
4. Como Controlar o Material a Utilizar
5. Alguns Calculadores Disponíveis na “net”
6. Analisar Resultados
III –
1. Construção de uma Câmara de Grandes Dimensões
2. Projecto Individual – Temático
3. Produção de um Projecto de Trabalho em Grupo
4. Definição do Projecto de Grupo e seu Âmbito
5. Avaliação da Exequibilidade das Possibilidades de
Execução de um Projecto
6. Definição de uma Acção Programada de Fotografia
Estenopeica em Exterior
Sessão 3
1. Realização de Uma Acção Programada
2. Tratamento do Material Produzido
3. Análise dos Resultados Obtidos
Sessão 4
1. Apresentação da Proposta de Grupo
2. Entrega e Discussão Final do Projecto de Grupo
3. Entrega e Apreciação do Projecto Individual Temático
4. Entrega e Discussão Final do Projecto de Grupo
5. Entrega e Discussão Final do Projecto Individual
6. Análise Crítica
7. Organização de Uma Exposição
Este projecto é orientado para professores, dinamizadores de
grupos de trabalho com jovens, pedagogos, activistas juvenis,
2ª Proposta
Público-alvo: Interessados na prática da Fotografia Estenopeica com ou sem conhecimentos de Fotografia
Número Máximo de Inscrições: 15
Número de horas para Formação: 24
Horário da Formação: Sábados manhã - 10/13 ou tarde - 14,30/17,30
Conhecimentos exigidos: Utilização de computadores
A Fotografia Estenopeica pela sua simplicidade técnica abre caminhos vários para a motivação criativa do indivíduo bem como possibilita uma aproximação a diferentes aspectos do conhecimento: física da luz, formação da imagem e processo fotográfico são algumas das áreas abordadas ao longo deste curso dedicado à Fotografia Estenopeica (pinhole).
Programa de Formação
Sessão 1
1. Apresentação do Módulo de Formação.
2. Pequena Resenha Histórica.
3. Bases da Formação da Imagem.
4. Introdução à Prática da Fotografia Estenopeica.
5. Porquê Fotografar com Câmaras Estenopeica
6. A Fotografia Estenopeica em Portugal
7. Construção de Uma Câmara Estenopeica.
8. Os Três Bês da Fotografia Estenopeica – Barato – Bonito – Bom
9. A Oficina de Preparação de Uma Câmara Estenopeica
10. Câmaras com Requinte
11. Lata de Biscoitos, Lata de Tinta uma Fácil Opção.
12. Como Adaptar Objectos Simples Para a Prática da Fotografia estenopeica
13. Pintura e Perfuração de Duas Vulgares Embalagens
14. Controlo da Perfuração Obtida
15. Teste Prático das Câmaras Preparadas
16. Análise dos Resultados Obtidos
17. Câmara Fotográfica de Película? Adapte-a à Fotografia Estenopeica
18. Adaptação de Algumas Câmaras
19. A Importância da “net” na Divulgação da Fotografia Estenopeica
20. Como Controlar o Material a Utilizar
21. Alguns Calculadores Disponíveis na “net”
22. Recolha de Imagens Para Teste das “Latocâmaras” Construídas ou Adaptadas
23. Tratamento Laboratorial
Sessão 2
1. Construção Avançada de Câmaras Para Fotografia Estenopeica
2. Diferentes Tipos de Materiais Para Construção a. Madeira, Alumínio, K-line, Cartolina, Acrílico
3. Tratamento do Interior de uma Câmara Destinada à Fotografia Estenopeica.
4. O Sistema de Exposição
5. Projecto Individual – Preparação de um Projecto Individual para a Construção de Uma Câmara Estenopeica.
Sessão 3
1. Saída Para o Exterior
Sessão 4
1. Tratamento e Análise Crítica do Trabalho Realizado na Sessão 4
Sessão 5
1. Projecto Individual – Apresentação de um Projecto Individual para a Construção de Uma Câmara Estenopeica.
2. Análise aos Projectos Apresentados
3. Alguns Aspectos Estéticos da Fotografia Estenopeica
4. Diferentes Opções da Representação em Fotografia Estenopeica
5. Como Aprofundar a Motivação Discursiva na Fotografia Estenopeica
6. Fotografia Estenopeica Processo Alternativo para Fotografia de Autor
7. Discussão de Um projecto Temático de Trabalho
8. Construção de uma Câmara Estenopeica
9. Verificação e Controlo dos Diferentes Projectos
10. Teste Prático das Diversas Câmaras
Sessão 6
1. Saída Para o Exterior
Sessão 7
1. Tratamento dos Trabalhos Realizados
2. Construção de uma Câmara de Grandes Dimensões
3. Projecto Individual – Temático
4. Organização de Uma Exposição
Sessão 8
1. Tratamento dos Trabalhos Destinados à Exposição
4. Organização de Uma Exposição
Sessão 8
1. Tratamento dos Trabalhos Destinados à Exposição
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